segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Romantismo em baixa

Imaginem a cena linda de um casal dando um beijo em plena noite de chuva. A mulher, com uma perninha para trás, o homem, segurando tão firme na cintura dela e a beijando com tanta intensidade quanto a chuva que caía. Cena difícil de se ver, a não ser nos filmes que ainda conservam o romantismo de antigamente.
- Vai acabar com minha escova. Vamos sair daqui rápido.
Ou quando a mulher acaba de fazer maquiagem, coloca batom e o homem chega cheeeeio de vontade de dar um beijão.
- Vai borrar tudo. Deixa pelo menos a gente chegar na festa.
Nessas horas chego a conclusão de que o amor está sumindo do mundo. Prova disso é o fechamento dos antigos cinemas, dos passeios à cavalo, a substituição do namoro presencial pelo virtual, dos grandes músicos, poetas, por Djs, do algodão dôce por Hamburguer. É o início do fim do romantismo.
E aí eu pensei quando foi a última vez que me deitei com alguém na grama pra ver o céu, pra contar as estrelas, pra identificar figuras nos desenhos das nuves, pra filosofar sobre o Sol, o Universo, pra engatar num papo que leva nada a lugar nenhum. Tanto tempo que nem le lembro. Porque hoje em dia, das duas uma: ou a grama vai ficar pinicando nas costas, ou alguém vai mandar sair dali porque entenderá que estaríamos fazendo algo 'proibido' aos olhos dos outros.
- Tenha santa paciência, seu guarda!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Esperança

Nem sempre é o que parece ser.
Nem sempre somos quem gostaríamos de ser.
Normalmente só ouvimos o que queremos ouvir.
E falamos coisas que não deveríamos pensar, muito menos falar.
Nem sempre nossos olhos conservam a ingenuidade infantil.
Nem sempre nossos atos refletem a fragilidade do nosso ser.
Nem sempre sabemos o que pensamos,
Ou pensamos que não sabemos.
Nem sempre sentimos a intensidade desejada.
Outras vezes a intensidade é reflexo do sentimento vazio.
Mas sempre nos será permitido sonhar e ter esperança
De começar de novo, e de novo, e de novo.
E, mesmo sem os olhos de criança,
Conservamos a perna bamba, como quem está aprendendo a andar.