terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Carta ao bom velhinho

Amanhã já é Natal, e tenho muitos pedidos para fazer ao bom velhinho. Quem puder ajudá-lo na árdua missão de me proporcionar todos os momentos abaixo relatados, por favor, faça.

Querido Papai Noel,

Primeiro de tudo, eu quero uma jantar de Natal com todos os meus parentes queridos. Quero ser a última a ser sorteada no amigo secreto, pra poder escolher entre TODOS os presentes. Quero ver uma gargalhada bem gostosa da minha sobrinha. Quero ouvir uma oração bem bonita do meu pai. Quero ver minha mãe exagerar um pouco no vinho e contar histórias engraçadas. Quero abraçar minha irmã Paula e sentir que minha irmã Lívia está no meio (mesmo sem estar). Tá bom pra noite de Natal, né, Papai Noel?

Quanto à noite do Reveillon, quero, primeiramente, me lembrar de tudo que acontecer. hahaha. Ter flashs e apagões como lembrança da noite não está com nada. Quero estar na praia, ao lado dos meus amigos. Quero ver fogos de artifício. Não faço questão de peru, castanha e nem de queijo do reino. Quero encher a barriga com a brisa que vem do mar e passar a noite inteira em claro, lembrando dos bons momentos de 2008.

Quero um carnaval parcialmente tranquilo: Olinda, Recife Antigo e Serrambi. Quero ir pra Noronha, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Chapada Diamantina. Quero ir pra Porto nos fins de semana de sol e para Gravatá nos fins de semana de chuva, sempre bem acompanhada, claro!

Quero ser menos preguiçosa e mais vaidosa, mas sem me preocupar tanto com a oscilação de um quilo pra mais ou pra menos. Quero ser menos medrosa e mais receptiva à mudanças.

Quero ler mais, estudar mais, trabalhar menos.

Quero dizer muitas vezes "EU TE AMO", sempre sendo verdadeira ao dizê-lo.

Sei que minha lista é um pouco extensa, mas caso não dê para atender, me ajude a compreender aquilo que nao vier como esperado.

Bom Natal para todos!!!!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Feliz

Eu tento escrever textos felizes. Isto porque normalmente escrevo quando estou triste ou quando o assunto realmente se vê inconvenientemente chato na minha cabeça de forma que é preciso colocá-lo para fora, mesmo que seja aqui, onde ninguém lê, ou quase ninguém. (Não é mesmo?)
Apesar dos grandes pensadores, poetas e artistas em geral terem suas maiores inspirações na decepção, na derrota, o que me faz escrever hoje é o sentimento de que a minha vida vale à pena, e que por mais piegas que isso possa parecer, é o sentimento que me inspira a compartilhar a verdade que minha própria razão desconhece.
Escrevo porque me sinto desarmada, sujeita a qualquer coisa que possa acontecer. E acontecem coisas maravilhosas quando estamos desarmados. Tudo fica mais próximo e mais intenso.
Escrevo pra que fique registrado que minha felicidade "a partir de hoje" é compartilhada com mais alguém. E se é para dividir, que venha pra acrescentar. Na matemática da felicidade compartilhada eu estou + feliz (x 2) do que ontem...

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Bons sonhos

Sonhos. Frutos da minha vasta imaginação. Reflexos da minha clara ansiedade. O fato é que minha mente anda beeeeeem fértil ultimamente — com o melhor e o pior que isto possa significar. Fantasio demais, espero demais. Este, aliás, tem sido o meu hobby predileto, o que me transforma em uma otimista de plantão. O ruim é que quando espero só coisas boas, e as situações fogem do meu controle, dói demais. Mas o bom é que, na mesma medida em que meu otimismo pode me pregar peças, ele me ajuda a criar situações mirabolantes, momentos perfeitos em que eu, quando penso neles, me sinto a mais feliz das criaturas, claro, se acontecer isso, ou aquilo, da forma como eu projeto.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Mentira branca

Minha irmã já tocou na asa de um avião. E não falo de uma avião estacionado no pátio do aeroporto. A história é a seguinte: estava ela debruçada sobre a janela do quarto, no 14º andar, quando passou um avião da Esquadrilha da Fumaça. O avião passou tão próximo da nossa janela, que ela esticou a mão direita e tocou no danado. Ela jura que é pura verdade. Não acreditam?

É, talvez tenhamos motivos pra isso. Mentimos muito mais do que deveríamos no nosso dia-dia do. E repare, a maioria são por regras de convívio social.

Mentira é o bom dia que damos no elevador quando na verdade o mal humor está atacando pesado. Ou quando colocamos "ausente" no msn, estando lá, só pra não ter que falar com um milhão e meio de pessoas. Ou arrumar o quarto somente porque vamos receber visita. Ou fazer escova/chapinha no cabelo pra ir pra tudo quanto é night pra pagar que tem o cabelo liso. E também quando deixamos de atender uma chamada no celular indesejada. Quando elogiamos algo que achamos feio só pra não entristecer o outro. Também quando dizemos que estamos cansados pra não soltar o velho e pesado "não tô a fim". Quando sorrimos sem vontade. Quando dizemos "não estou numa fase para namorar", mas na verdade queremos dizer que não gostamos o suficiente pra isso. Ainda quando a gente é cobrado por alguma coisa que já deveria estar concluída e a gente diz:- já fiz. E corre para terminar no mesmo minuto. Quando dizemos "amo tu", mas não é amor de verdade.

Se ela realmente tocou na asa do avião, graças a Deus que a mão ficou. E fica também a risada, sempre que lembro dessa história.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Cansei de pensar

Posso isso? Posso aquilo? Melhor isso? Melhor aquilo? Vamos ou não vamos? Perguntas e mais perguntas. CANSEI!

Todo mundo deveria ter um dispositivo que enxergasse além do horizonte. Além daquela linhazinha do palpável, do real. Pronto. Evitaria tantas escolhas erradas.

Eu me vejo, nesse momento, no início de uma ponte que me levará não sei para onde, porque o percurso é tão longo que não enxergo onde vai dar.

Atrás de mim tem um mistura do que há de melhor na vida e o que não vale um big big.

A ponte é do tipo balança mais não cai. Tem trazido adrenalina, mas também muito medo. Talvez por já ter escolhido atravessar pontes do rio que caem que me levaram a lugar nenhum, ou de volta ao mesmo lugar.

Não quero escolher nada
Só agir sem pensar (muito)
Até quando o dia clarear.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Mulherão

Todo mulherão tem um poquinho de um homem. Sou mulher e homem todos os dias, todas as horas, em todos os meus atos. Carrego a sensibilidade do corpo e da alma de uma mulher. Que nada tem a ver com fraqueza, mas com percepção e cuidado. Carrego a força e a atitude de um David que matou Golias. Eu choro. Só prometo o que eu posso cumprir. Dou sorriso de graça. Falo com os olhos e com as mãos. Toco em quem está ao lado. Faço mais carinho do que ganho. Gosto de cuidar. Como pouco. Faço as unhas toda semana. Arranco cinco pêlos da minha sobrancelha no salão de beleza. Tenho medo de injeção. Lavo meu carro toda semana. Acordo cedo. Passo horas torrando em baixo do sol pra garantir um bronze. Adoro fazer compras. Queria colocar silicone. Me apaixono com facilidade. Trabalho muito e converso muito no trabalho. Não gosto de telefone. Não tenho alergia a poeira, nem rinite alérgica. Nunca fico doente. Adoro dirigir em estrada. Sou chata quando preciso ser. Nunca gostei de brincar com boneca. Fiz todos os esportes no colégio. Adorava videogame, bola, carrinho de controle remoto. Ando sempre na frente. Chamo sempre o garçom na mesa de bar "Ei, amigô", mesmo que esteja com um homem ao lado. Posso fazer a primeira ligação numa boa. Nunca me atraso. Tomo banho em 15 minutos e não tenho dificuldade em escolher o que vestir.

Alerta aos marmanjos: Mulherão só dá sopa em dia de caridade no Auditório do Colégio Municial da Muribeca. E ainda assim, rodeada de moscas.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Sintoma de saudade


Hoje eu sinto que uma parte de mim está faltando. E eu não sei quanto tempo vai demorar pra eu ficar inteira de novo. Pode demorar meses, anos, ou quem sabe a vida toda, mas eu vou ter que aprender a conviver com a parte de mim que ficou. Eu sei que parece drama, mas quem me conhece um pouquinho sabe que Lívia é parte importante de mim, e perder o dia-a-dia com ela não será fácil. É ela que enche meu saco pra ir no shops depois de um dia estressante de trabalho, e não cansa de ouvir "não" como resposta. É ela que coloca aquela mesma malha de ginástica todo santo dia e pensa que está abafando comigo no calçadão. É ela que atura assistir os filmes "água com açúcar" que eu alugo; e que faz o brigadeiro que cola nos dentes. É ela que me conhece pelo olhar. É ela que sabe quando eu tô com vontade de chorar, quando eu estou escondendo alguma coisa. É ela que pega minhas coisas do quarto e nunca as coloca no lugar. É ela que fala "Caiquiiiiiiiiiiiiiiiii" de um jeito todo carinhoso e especial. Ela é quem dá as respostas mais desaforadas. Ela é quem causa as maiores risadas em casa. Espero que a vida aproxime ainda mais o que as circunstâncias afastou. E que ela sempre lembre que eu estou aqui, ao alcance de um celular, a menos tempo que uma manhã.
Penso nela todos os dias!

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Tampa da minha panela

Uma semana! Daqui há uma semana minha irmãzinha caçula sobe no altar. Pois é. Antes de mim. As vezes eu brinco dizendo que quem ri por último ri melhor. Mas a verdade é que eu gostaria de não precisar testar tantas tampas antes de achar a que encaixa penfeitamente na minha panela. Fora que as tampas por aí espalhadas não tapam nem buraco de dente. Tem tampa que foge de responsabilidade. Tem tampa galinha. Tem tampa que não sabe valorizar. Tem tampa que não acretida no amor. Tem tampa sem futuro. Tampa acomodada. Tem tampas comuns, sem graça. Tem tampa que é tanto, sabe tanto, faz tanto, que fica grande demais para a minha panela.

Dedico esse post às exigentes panelas que, assim como eu, não encaixam em qualquer tampa, e estão hoje em casa, na frente do computador, numa sexta-feira à noite. =)

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Só de Sacanagem

Passei uns dias em Salvador. Treinando para ser Preposta da Caixa. Representá-la em Audiências de Conciliação. A pouca vergonha em "Habitação" está grande. Virou esculhambação. Mutuário morando de graça a 10 anos e pagando de coitadinho. Mais de 10 mil ações movidas só em Recife. Se perguntar porque entraram na justiça? - Num sei. Só sei que meu advogado disse que eu tenho dinheiro para receber da Caixa. Bando de Advogados corruptos que induzem o mutuário a brigar pelo seu próprio bolso. Furo no Tesouro Nacional. A Caixa não é mãe, mas também não é madrasta. Esse textinho aqui em baixo foi usado na abertura do treinamento. Achei tão legal que resolvi copiar aqui.

Só de Sacanagem

"Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta a prova? Por quantas provas terá ela que passar?Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro. Do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta a prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração tá no escuro. A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e todos os justos que os precederam. 'Não roubarás!', 'Devolva o lápis do coleguinha', 'Esse apontador não é seu, minha filha'. Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar! Até habeas corpus preventiva, coisa da qual nunca tinha visto falar, sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará! Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear! Mais honesta ainda eu vou ficar! Só de sacanagem!Dirão: 'Deixe de ser boba! Desde Cabral que aqui todo mundo rouba!E eu vou dizer: 'Não importa! Será esse o meu carnaval! Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos.' Vamo pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo, a gente consegue ser livre, ético e o escambal.Dirão: 'É inútil! Todo mundo aqui é corrupto desde o primeiro homem que veio de Portugal!'E eu direi: 'Não admito! Minha esperança é imortal, ouviram? Imortal!'Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quizer, vai dar pra mudar o final!" (Elisa Lucinda)

sábado, 16 de agosto de 2008

Ter problema não é um problema

A vida sem problema é um problema. Estou plenamente convencida deste fato. É inevitável que ele tente nos jogar no fundo do poço e libere um eminente "não vou conseguir". Porém, a idéia passa como um relâmpago para os fortes. E caduca para os fracos. Ter problema não é um problema. Todo mundo tem problemas. E o que seria da nossa capacidade criativa se não fossem os problemas? Tem coisa melhor do que presenciar a vitória do nosso "eu-presente" em cima do nosso "eu-passado"? Quanto mais teimamos em aceitar os desafios que a vida nos oferece, mais ela se torna inteira e emocionante. A sensação de levantar depois de uma queda é como ganhar medalha de ouro nas Olimpíadas. Indescritível.
Quando eu era criança treinava natação. No início, passava pouco mais de um minuto sem respirar embaixo d'água. Parecia que morreria se ficasse mais um pouco. Exercitando meu fôlego, aprendi que, até quando parece que o nosso ar acabou, a gente ainda consegue "respirar" um bocado. Cheguei aos dois minutos rapidinho. O restinho de ar que enche nossos pulmões é a força que nos impulsiona para a direção contrária a do poço. E assim a gente sobe.
Já existe o "comércio do problema". Ainda não vi ninguém vedendo problema. Será que dá dinheiro? Já o comércio das soluções, com fórmulas de auto-estima está cada vez maior. Nada contra fazer terapia, auto-avaliação. Mas eu prefiro Passarinho, meu professor de natação.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Pecado da Gula

Quem nunca se arrependeu, atire a primeira pedra. É fato! Se arrepender é sinal de decisão errada. PERDA! É consequencia da precipitação, imprudência ou, simplesmente, falta de conhecimento sobre o assunto. Normalmente é derivado da escolha pelo caminho mais fácil e não o mais correto. É sentimento de quem foi levado pela circustância, de quem tem medo de riscos ou dos indecisos. A sensação é sempre ruim, apesar da demonstração de caráter e auto-crítica de quem se arrepende. Eu já me arrependi 1.000.000 vezes e vou continuar me arrependendo.

Arrependimento de hoje: Pecado da Gula. A fatia gigante de bolo de chocolate que eu comi na sobremesa. DESNECESSÁRIO =)

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Morte vida

Qualquer porcaria pode virar arte. Depois de morto, velado e sepultado, tudo quanto é artista fica famoso. Não ganha dinheiro, porque não existe conexão com a outra vida. Senão, seria morto resurgindo das cinzas e vivo se passando por morto.
Então, resolvi que hoje eu morri. Calma, tô longe de ser alguém que pularia pela janela. Só matei a sujeira da minha alma. Matei tudo que diminui os meus 1 metro e 65 centímetros de altura. Matei tudo que atormenta o meu juízo, tudo que desperta sentimento ruim. Matei toda a maldade do meu coração. Todo o mal que eu desejo a quem me fez mal. Matei todo o meu estresse. Matei qualquer irritabilidade. E assim, depois desta série de assassinatos, que me transforma numa serial killer que age contra si mesma (ou a favor), ganho a liberdade, ganho a vida, ganho a sorte, ganho o amor.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Tudo passa, até uva passa!

Dizem que a maior dor que uma mulher sente na vida é a dor do parto. E para os homens é a tal da pedra no rim. Quem nunca passou por nenhuma delas, e eu faço parte desse grupo, normalmente atribui a maior dor vivida aos aos problemas DO coração. Dor da saudade. Dor da decepção. Dor da angústia. Aquele aperto no coração, muitas vezes sem explicação, mas que dói com tanta intensidade, que a troca por mil benzetacis é, no mínimo, justa.O pior de tudo é que para essa dor não existe remédio. O tempo ameniza, mas não cura. E o tempo sempre demora para passar quando a gente gostaria/precisaria que ele voasse. O tempo que somos obrigados a empurrar goela a baixo enquanto distantes de pessoas que amamos. O tempo que vai nos permitir amadurecer sentimentos e perdoar os que nos decepcionaram. Não existe vacina e nem remédio para as dores do coração. E como qualquer outra doença, pode levar a morte. Quantas pessoas que conhecemos desistiram de viver quando perderam um ente querido?! Quantos já se suicidaram com o fim de um relacionamento?!? Quantas doenças são causadas pelo estresse do dia-a-dia?!? Quantas pessoas ficam doentes por se entupirem de rancor? Acho que faz tão mal à saúde quanto se entupir de Junk Food.
Enfrentar as doenças do coração é conviver diariamente com a alegria e com a tristeza, confrontar vida e morte, e ter paciência, porque o tempo passa e a história se renova com pinturas cor-de-rosa.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Quase-feliz

Tá, preciso dividir isso. Nunca estou totalmente satisfeita. E tenho consciência de como estou equivocada em moldar minha felicidade, submetendo-a ao êxito em determinados objetivos. Objetivos de vida que tracei e condicionei minha felicidade plena ao alcance dessas metas. Como se vivesse uma vida “quase feliz”. Como se eu precisasse chegar ao final da minha história para ter um final feliz, como nos contos de fadas.

Status: em revisão com meus conceitos de felicidade.

sábado, 12 de julho de 2008

Cenas de casamento

Não importa a quantos casamentos você vá na vida, algumas cenas sempre irão se repetir.
Pessoas conversando no momento da cerimônia;
Alguém que se emociona bastante;
Alguém que não sabe nem quem são os noivos;
Alguém MUITO MAL VESTIDO. Ou alguns...
Alguém que parece que saiu da vitrine de uma loja da Champs-Élysées, e que atrai todos os olhares;
Alguma solteirona desperada, mas aparentemente comedida, achando que o SEU DIA nunca vai chegar;
A mãe da noiva que não entende o que sua filha viu naquele rapaz;
Ou o pai do noivo que achava que o filho deveria casar mais tarde;
Convidados avançando na mesa de dôces;
A mesa de dôces vazia depois de 5 minutos;
"New York, New York" no repertório da Orquestra;
Aquela sensação de que alguém vai tropeçar e causar um tremendo desastre;
Alguém reclamando do serviço do buffet;
Barriga cheia, pé na tábua;
Alguém super animado na pista de dança;
Um senhor bocejando 15 vezes por segundo;
Alguém que visivelmente bebeu demais;
Sorrisos amarelos.
Sorrisos sinceros.
Do mais sofisticado, ao de quinta categoria.
É sempre assim.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Amigos que vão e vêm

Amizade deve ter uma base sólida. E contruir essa base requer dedicação, abnegação muitas vezes. Pensei nisso no fim de semana. Acho que foi porque vi no orkut - sempre vendo no orkut - de uma das minhas melhores amigas de infância, fotos do seu casamento. Como assim se eu nem sabia que ela se casaria!?!?!
O nome dela é Emília, e como tantas outras emílias que passaram na minha vida, foi minha super-melhor amiga-de-infância-momentânea. Daquelas que eu ligava todos os dias, sabia todos os seus segredos e vice-versa, que já dividiu a cama comigo inúmeras vezes, que me acompanhava nas brincadeiras mais retardadas do mundo, como “Borogodes e Liviana Blades”, aquela que era minha parceira na lambada de Beto Barbosa, aquela que estudava comigo, ria comigo, enfim, muita coisa boa. Mas por que será que as pessoas se afastam tanto ao ponto de nem saberem do casamento do melhor amigo?
Não tenho uma resposta concreta para a minha pergunta. Gosto muito de Emília, mas não soube construir bases sólidas pra algumas amizades que fiz ao longo dos meus quase 26 anos. Deixei que escapassem. Simplesmente não dediquei tempo para cultivá-las. Hoje eu percebo a importância de ligar para um amigo pra saber como ele está, se precisa de mim, se chegou bem em casa, se quer tomar uma cerveja, se me acompanha ao shopping, se prefere isso ou aquilo. Devo ter passado muito tempo sem saber ser amiga de verdade. A culpa pode não ter sido só minha, mas uma coisa é certa: quero fazer diferente com todos os meus novos-melhores-amigos-NÃO-momentâneos. E que nas fotos de casamento de todos eles, eu esteja lá, congelada nessa parte da história.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Blogger secreto

Hoje eu dedido esse post aos leitores secretos do meu blogger secreto. Até uns dias atrás, eu tinha certeza que eu era a única pessoa que lia o meu próprio blogger, até porque ninguém sabe/sabia que eu tinha um blogger. De uns dias pra cá, meu pai deu a mancada de repetir num-sei-quantas-vezes que tinha uma filha jornalista bancária, ou seria uma bancária jornalista?!? Ontem ele repetiu isso umas três vezes e, na terceira, minha irmã mais nova estava ao lado. Quando eu olhei pra cara dela, ela estava com cara de "peidei", aquele semblante esquisito que basta olhar pra sacar que ela está escondendo algo. Olho para o outro lado e minha irmã mais velha com o mesmo semblante. Minha mãe, que varria a casa (ela só vive varrendo a casa), fez a mesma expressão. Meu cunhado, tomando café, soltou o verbo: - "até eu já li o seu blogger". Bom, até agora não sei ao certo como eles descobriram, mas aproveito a aportunidade para falar dessa "GRANDE FAMÍLIA", ou "FAMÍLIA FELIZ", como chamava uma amiga de infância. Descobriram porque são um bando de fuçadores da vida alheia. Minha mãe tem orkut, e o passatempo dela é entrar no orkut de todos os ex namorados de todas as filhas. Sabe de tudo que escrevem para eles; sabe de tudo que eles escrevem (quando não usam aquele cadeado chato). Minha tia, que anda com ela no calçadão todas as manhãs, também sabe. E como ela mesma diz: "melhor saber da vida de vocês do que ouvir sua mãe falar da quantidade de bolinhos de goma que comeu no dia anterior". Minha tia deve saber mais da minha vida do que eu mesma. A maior preocupação da minha mãe, talvez o motivo de tudo isso: não quer ver sua filha (EU), no caritó. Ela não acredita que alguém possa estar feliz sozinha. Pode uma coisa dessas? Tudo bem que segunda-feira no trabalho uma DOIDA me perguntou se eu era a mãe da minha estagiária, Willy, que tem 4 anos a menos que eu. A bichinha é realmente doida. Dizem as más linguas que quando ela perdeu o noivo num acidente de carro ficou meio abiscoitada. Ela deve ter me dado uns 35 anos. Eu tenho 25! (35 anos, solteira e com uma filha) - aí sim - seria motivo de preocupação. Meu pai parece que não quer saber de nada, mas não perde a oportunidade de soltar uma piadinha sobre a filha jornalista bancária. Costuma dizer que eu sei das coisas, que sou a mais esperta das três. Eu queria ter essa mesma certeza que ele. Minhas irmãs são minhas melhores amigas e assim como faço com minhas outras melhores amigas, nem sempre abro minha vida. Minha vida não é livro e não precisa ser compartilhada com todos. Mas sei que estão lá, e que posso contar com elas sempre e pra tudo. São as pessoas que mais amo nesse mundo. Esse blogger era secreto, não porque eu necessito/necessitava esconder meus sentimentos, mas porque escrevo pra mim mesma. Já que não costumo sair falando por aí. Vocês podem se perguntar, por que então não escreve no Word e salva no computador? No blogger é mais prático, onde quer que eu esteja posso acessar a internet e ler. Eu gosto de ler o que eu escrevo. No trabalho, no Rio, na China, onde eu estiver, a internet está lá, super acessível. Agora que sei que tenho leitores "secretos", que entram aqui porque se preocupam com a minha vida, vou tratar de aprimorar meus textos e não levar preocupação pra casa. EU ESTOU BEM, E ESTOU FELIZ. NÃO SE PREOCUPEM COMIGO. =)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Recife Afogado

A Ilha do Leite deve ser um dos bairros que mais alaga num dia de chuva forte. Eu imagino que seja, porque a água tava chegando na cintura. Acordei meio atrasada, por conta da farra MASSA de ontem. Cheguei no trabalho eram quase 9h. Dia bem improdutivo. Todo mundo só na janela, observando a água subir. Observando os carros sendo cobertos, observando os maus condutores subindo nas calçadas, porque não dava pra diferenciar a rua da calçada. Motoristas incosequentes, em carros velhos, arriscando tudo na água. Outros empurrando o carro quebrado. Pedestres com o pé na lama, levando banho de cada carro que passava. Restaurantes fechados, pois não teria clientela. Linhas congestionadas. Passei 30 min tentando encomendar meu sanduba da Marietta e meu suco de laranja pra almoçar. Duas horas esperando o danado chegar. Ainda chegou todo molhado; troco misturado com nota, com maionese, com ricota...UM CAOS! A volta pra casa foi bem pior do que o dia todo. Demorei 1h25min pra chegar da Ilha do Leite até Boa Viagem - início de Boa Viagem! Pasmem! Cidade mal planejada da bixiga. Um dia morto. Feio. Chato. Melhor dormir do que a ver a cidade se afogar de baixo d'água.

sábado, 14 de junho de 2008

Santo Antônio, Santo Antônio...


Quinta-feira foi dia dos namorados. E embora muita gente julgue ser uma data meramente comercial, na minha opinião todo mundo - ou quase todo mundo - sai ganhando. O comécio que vende mais, lucra mais, emprega mais; e as pessoas, que aproveitam o dia "meramente comercial" para expressar seus mais sinceros sentimentos. Ou pelo menos deveriam aproveitar a ocasião para fazê-lo. Eu sei que todo dia é dia pra se dizer que ama. Eu sei que todo dia é dia para presentear. Mas tem gente que precisa de um empurrãzinho a mais pra soltar o verbo. E se o verbo sai uma vez por ano? Ótimo. Melhor que não sair.
Esse ano tive um dia dos namorados atípico. Nada de ir atrás de restaurante pra tomar um bom vinho. Nada de gastar dinheiro com presente. Comprei presente para mim mesma. Juntei-me com algumas amigas solteiras, ou que os namorados estavam viajando e fizemos um jantarzinho romântico, à luz de velas e tudo! Boa conversa. Bom vinho. O prato principal: Pennes ao molho de gorgonzola. Pennes para dar e vender. Vocês podem imaginar a quantidade de piadas que surgiram durante o jantar, né? Não faltou pennes no meu dia dos namorados. rsrsrsrs
No dia seguinte, deixaram uma encomenda para mim na portaria do meu prédio. Abri o pacotinho pequenininho e... o susto, seguido de alguns minutos de muito gargalhada: um Santo Antônio, a coisa mais fofa do mundo. Pra quem não sabe, o Santo Antônio é o Santo casamenteiro. Aquele que as pessoas costumam colocar na geladeira para arrumar namorado/marido. O presente foi das minhas amigas Tânia e Camis. Duas danadas! Enfim, eu não acredito que Santo Antônio possa fazer nada por mim e nem por ninguém, mas, não custa guardá-lo com muito carinho e dar boas risadas quando olhar para a cara dele e lembrar do jantar romântico, das minhas amigas, e do quanto elas querem me ver feliz e realizada ao lado de um homem que me ame MUITO! rsrsrsrs.
Minha sobrinha Isabela adorou o "gordinho". O Santo Antônio que elas me deram é baixinho e gordinho e carrega um bebê no colo. Não sei se todos são assim, mas o meu é! Ela passou o dia aqui em casa, pra cima e pra baixo com ele. E eu ia atrás, porque se ela derruba o danado e ele quebra, sabe-se lá o que pode acontecer, né? rsrsrsrsrs.
Falando em Santo, hoje São Pedro trabalhou direitinho, aliás, ele tem dado um duro danado nos últimos dias. Já Santo Antônio entrou em recesso. Está mais folgado do que calça de gordo depois da operação de redução de estômago. Mas ele pode. Se quando pegar no batente fizer o serviço bem feito.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Nada como um tempo após um contratempo

Fim de caso é sempre um problema. Alguém costuma acabar mal. Pode ser ele, pode ser ela, pedem até os dois ficarem mal. Mas regra geral é que a mulher sofre mais. Ah, como sofre. Se foi por outra, dá vontade de matar os dois, e se foi apenas para ficar só, talvez seja umas das maiores ofensas que um homem pode fazer. Como assim é melhor estar só do que estar comigo? É assim que as mulheres pensam.O problema é que muitas vezes não prestamos atenção aos pequenos sinais que anunciam o início do fim, e levamos um susto quando ele acontece. Se o namoro foi rápido, o que não diminui a importância, falta paciência para explicar o que não tem explicação.Se o namoro foi longo, falta coragem para acabar. As vezes nem precisa de conversa. A vida se encarrega de mostrar, através de registro de ocorrências desagradáveis, que aquele relacionamento não dá certo.
Andei organizando a minha vida e o meu coração. Andei faxinando, limpando os excessos. Andei triste por alguns dias, mas hoje estou feliz. Nada como um tempo após um contratempo, assim dizia Chico Buarque. Feliz de verdade, porque tudo tem feito sentido pra mim. Feliz pelos amigos que fiz nos último meses. Feliz pelo amor não correspondido nos últimos meses. Feliz porque posso amar quantas vezes eu me entregar. Quero um prato cheio de sorrisos, uma caixa cheia de histórias e um coração cheio de sinceridade. 360 graus e lá pode estar ele, pronto pra degustação e pra "prender-me", se for capaz!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Consumismo desenfreado

Meu nome está no Serasa e no SPC. Não disso isso com nenhum constrangimento, mas com muita raiva. Só para situar o meu leitor, enquanto fui estagiária da Coca-Cola, em 2006, tinha uma conta-salário para recebimento da bolsa estágio, no Bradesco. Após a recisão do estágio, não me recordo se passei ou não naquela Instituição. Talvez a minha ingenuidade de estudante fez-me crer que com a recisão do contrato, a conta seria fechada. O fato é que transformaram a minha conta-salário em conta corrente; empurraram um limite de cheque especial de R$500,00, mandaram um cartão de crédito para a minha residência, que eu fiz questão de nunca desbloquer, e agora estão me cobrando tarifas mensais de 36 meses, um valor aproximado de R$680,00. Pano para as mangas para entrar nas Pequenas Causas. Hoje em dia entra-se por qualquer coisa nas Pequenas Causas. Todos querem tirar proveito dos direitos que nos assistem: normalmente o direito do consumidor e o direito do trabalho. Estes estão sempre à nosso favor. As pessoas perderam a noção da diferença entre um "mero aborrecimento", e um constrangimento, uma lesão psicológica, a perda de uma negócio. Aí sim! É encher a boca de argumentos e faturar algum $$$$$ em cima dessas empresas que não estão nem aí para o consumidor. Eu tomei ciencia da ocorrência registrada em meu CPF em consulta na Caixa Econômica para aquisição de um consórcio imobiliário. CRÉDITO NEGADO. O sonho da casa própria foi por água abaixo, até a resolução desse pequeno empasse, que deve me render alguns tostões e muita dor de cabeça. Enquanto eu penso no que vou fazer com a GRANA que eu vou ganhar, eu gasto a grana que recebi no dia 20 do mês passado, meu salário. Quanto mais eu ganho, mais eu gasto. Acho que é assim com todo mundo. Desde que eu tive uma promoção no trabalho, em janeiro deste ano, comecei a fazer massagem duas vezes por semana, paguei 6 meses de academia e frequentei 2 dias, comprei carro, e muitas, muitas roupas. Isso sim, eu falo com constrangimento. Hoje minhas irmãs me chamaram para ir ao shopping. Fui pra fazer companhia e aproveitar para passar na Caixa Econômica e transferir um dinheiro da minha conta-corrente para a poupança. Primeiro saquei R$30,00, para não andar lisa. Minha carteira só tinha o suficiente para pagar o estacionamento do shopping. Na hora de transferir, o número da minha poupança não bateu. Acho que tem uma força sobrenatural que me impede de poupar. Insatisfeita, saí do banco e me encantei com um biquine lindo, de baleinhas, pra usar em Fernando de Noronha quando eu for lá nas minhas férias. Comprei! Andando mais um pouco, vi aquela sandalhinha vermelha com uma rosinha em cima, a coisa mais meiga. Comprei. Mais na frente, aquele jeans básico, daqueles que todo mundo precisa pra bater no dia-a-dia. Vestiu feito uma luva. Comprei! Vergonha na cara? Está em falta no shopping. Talvez se tivesse, eu compraria também.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Ê SAUDADE...

Hoje acordei com saudade...
Saudade da época em que minha única obrigação era chorar quando tinha fome.
Saudade de chegar da escola, almoçar, tirar um cochilinho da tarde que durava quase a tarde inteira.
Saudade de estudar na véspera das provas e me garantir nas notas.
Saudade da época em que eu morei fora.
Saudade do frio de menos 30 graus do Canadá (não tenho saudade dos 12 quilos que engordei na viagem)
Saudade da despreocupação com a minha prova do vestibular. Já que era recém chegada de intercâmbio, achava que não passaria de todo jeito.
Saudade da sensação de ver meu nome no listão, mesmo indo pegar o resultado sem nenhuma expectativa.
Saudade da Rua do Lazer da Católica e dos nerds da Federal. Dos professores bons e dos amigos que perdi contato.
Saudade do Pina de Copacabana e do Burburinho quando não era tomado pela fumaça negra.
Saudade do meu baile de formatura. Nem tanta saudade de fazer parte da comissão de eventos.
Saudade dos estágios da época da Faculdade. Nem tanto dos chefes exploradores dos escraviários.
Saudade do primeiro, segundo, terceiro e quarto amor. Não das pessoas em si, mas do sentimento gostoso que me fazia dormir sorrindo e acordar para sorrir.

Saudade assim é bom. É prova de que tudo que vivemos valeu à pena.
É prova de que cada coisa tem seu exato momento.

Se é saudade do que passou e não volta mais, esqueça chorar pra mostrar que está com fome. E se vanglorie da independência de cozinhar seu prórpio prato. Esqueça dormir a tarde inteira e procure usar melhor o tempo para curtir as pessoas que te amam. Esqueça passar tanto tempo longe de casa e experimente viajar pra longe durante as férias. Esqueça passar no vestibular e estude pra quem sabe entrar num concurso público. Esqueça a faculdade como graduanda e pense nela como mestranda. Esqueça o Burburinho e sua figuras bizarras e pense nos bons restaurentes e bares que você pode frequentar hoje. Esqueça o Baile de Formatura e pense na sua festa de noivado, ou de casamento. Esqueça os estágios e valorize seu emprego. Esqueça os amores passados e se dê chance de amar novamente. A sensação é quase sempre a mesma. Acredite!

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Trabalho é trabalho

Hoje me deu vontade de falar do meu trabalho. Não do trabalho que eu escolhi para mim, porque se fosse pra escolher um trabalho eu ia procurar um que não me desse tanto trabalho; mas do que me escolheu. Não "escolhi" trabalhar na Caixa Econômica, apesar de ser imensamente grata a esta empresa. Simplesmente aconteceu. Pai, mãe, irmãs e tios bancários. Muito mais fácil passar no concurso da Caixa Econômica do que no da Receita Federal. Super Receita exigiria muito mais de mim: isolamento total, anos de dedicação aos estudos e ver a vida passar como mera expectadora, por tempo indeterminado e irrecuperável. Não dá para perder tanta coisa assim. Melhor aproveitar a oportunidade que bate na porta. Fazer com empenho e dedicação. Mesmo que não seja o trabalho dos sonhos. A satisfação vem dos prazeres que ele proporciona. O próprio nome diz: trabalho é trabalho. É claro que algumas pessoas amam o que fazem, e eu admiro aqueles que conseguem sentir isso. Mas para mim, meu trabalho é...simplesmente...meu trabalho. Meus colegas da Caixa, como costumamos chamar, são meus amigos, e responsáveis pelos momentos alegres do meu dia-a-dia. Sempre meu pai me pergunta: -"Como foi hoje no trabalho?", e eu quase sempre respondo: -"um saco". Mas não tem coisa melhor do que chegar em casa e esquecer que o trabalho existe. Curtir o fim de semana sem lembrar do Sistema Financeiro e dos contratos de habitação. Tirar férias e passar 30 dias mochilando pela Europa. Apaixonar por aquela roupa carézinha e comprar porque vai trazer uma satisfação enoooorme. Resolver que quer passar o fim de semana no Rio de Janeiro e se debandar para lá. Almoçar, jantar fora todos os dias, se assim o desejar. Saber que é pra sempre e que o "pra sempre" termina na aposentadoria, quando eu vou morar na praia e viver na rede. É quando eu percebo que tenho muito mais "saco" para o meu trabalho chato do que eu imaginava! =)

quarta-feira, 28 de maio de 2008

O Rio de Janeiro continua lindo...

Aquela letra de Gilberto Gil continua valendo: o Rio de Janeiro continua lindo!!! É bom respirar o ar carioca. É bom sentir a brisa da praia de Ipanema, o glamour do por do sol do Arpoador, a malandragem da night da Lapa, a beleza das figuras do Leblon, a oportunidade das ofertas dos shoppings, a segurança de andar pelas ruas, seja lá que horas forem, seja por ser turista e desconhecer o perigo, seja por se sentir segura pela energia/pessoas do lugar. A paz de sentar na beira da praia e ouvir boa músia, comer bem, e ter a vista do mar, em sintonia com os morros. O verde das Larajeiras. Assim é o Rio! O fato é que eu nasci para ser "Rio de Janeiro", e estar lá é como se eu estivesse me dando nova chance: chance para renascer. As coisas velhas ficam para trás. Eis que tudo se faz novo! É assim que eu me sinto depois de uma viagem como essa. Sinto que parte de mim fica lá, e parte de mim volta pra cá. A parte que volta pra cá deseja voltar para lá, levando família, trabalho, amor. Hoje tenho uma certa dificuldade para dimensionar a importância de cada um desses fatores na minha vida. Aí paro e penso: vivo sem minha família, porque tenho a segurança de que independente da distância, o amor que existe entre a gente NUNCA vai mudar. Vivo sem meu trabalho, porque sei que onde quer que eu esteja, posso desenvolver atividades novas e desenvolvê-las com o mesmo empenho da atividade atual; Não consigo viver sem "o amor". Com ele, para ele, por ele, iria para onde fosse, mesmo que não fosse, necessariamente, o Rio de Janeiro.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Virando a casaca

Meu time do coração sempre foi o Botafogo. Pelo menos era o time que meu pai costumava me fantasiar quando eu era pequena. Ele nos levava aos jogos. Andava todo orgulhoso com suas três garotas de baixo do braço. Não estava nem aí para as piadas dos engraçadinhos do time adversário. Eu sempre pensava: como painho é um cara tranquilo! Se fosse outro, partiria para briga. Nessa fase da vida, nós, mulheres, normalmente torcemos pelo time do nosso pai. Meu pai é, e sempre será, referencial para mim. Mas quando a gente é criança, ele é muito mais do que isso. É o nosso herói. Suas verdades são inquestionáveis. Suas escolhas são as melhores. O hino do Botafogo estava sempre na ponta da lingua.
Quem me procurava há uns 2 anos atrás, tinha grande chance de me achar nos jogos do Náutico, fantasiada com a camisa que o namorado da época deu, gritando, vibrando, torcendo, chorando. Como pode? Pra onde foi a paixão pelo Botafogo? Na verdade, o Botafogo continua sendo o MEU TIME, mas a gente começa a simpatizar com outros times quando percebemos que nosso companheiro (a) fica mais feliz quando o time dele (a) vence. Comigo é assim. Talvez porque não sou nenhuma apaixonada por futebol. Acho que sou mais apaixonada pelas pessoas.
Ontem teve jogo do Sport contra o Vasco. Fui assistir num barzinho com as amigas. Podem acreditar. A paixão pelo Náutico foi embora junto com a paixão pelo ex-namorado. Lá estava eu, torcendo pelo Sport, com os olhinhos atentos a cada lance de perigo, sem me desligar, é claro, da caipiroska de morango deliciosa sobre a mesa e da conversa boa com as meninas. Não cheguei a vestir (literalmente) a camisa do Sport. Mas me apaixonei por ele.

sábado, 17 de maio de 2008

Geografite na mesa do bar

Ouvi falar em "Geografite" no primeiro período da faculdade de Jornalismo. Ainda me lembro. Professora Tereza, de Teoria da Comunicação. Pra quem nunca ouviu falar nesta palavra, geografite é o engano de nos impressionarmos mais pelos mapas (sentimentos, imaginação, palpites, hipóteses, preconceitos, inferências, etc) que pelos territórios (objetos, pessoas, coisas, acontecimentos, etc. Um dia desses passei por uma crise de Geografite. Uma crise grupal. Sabe aquela conversa de mesa de bar, imaginando e planejando a próxima viagem com as amigas, sentindo aquilo que ainda há (haveria) de ser sentido? Pois bem...entramos no mundo imaginário. Traçamos metas, fazemos programações, marcamos data, mas no fundo, não só eu, mas todos da mesa do bar, sabem que aquilo não passaria de nossa imaginação. Mas mesmo assim, o sentimento é bom. É como os preparativos para brincar de boneca. Lembro bem que passava horas organizando a casa, determinando quem faria o papel de quem; e depois de tudo pronto, já não tinha mais graça a brincadeira. A graça era essa: organizar. Ontem eu queria estar na Argentina. Hoje, na Austrália. Lua de mel: no Taiti, é claro! Sentimento de ser uma peão do jogo "War"; querer conquistar todos os territórios, mesmo sem sair da mesa do bar.

domingo, 11 de maio de 2008

A culpa é toda do tempo

Achei o culpado para tudo de ruim que acontece na minha vida. Não que sejam muitas coisas. Mas tem dia que eu penso mais nas coisas ruins do que nas boas. Hoje estou num dia negativo, daqueles que a gente pensa: o que foi que eu fiz para merecer isso? Enfim...a culpa não é minha, e muito menos sua, e, se tem que haver um culpado, que seja o tempo. O tempo que demora a passar quando a gente gostaria que ele voasse; o tempo que voa quando a gente gostaria que ele durasse uma eternidade; o tempo que resolveu não abrir hoje e frustar minha vontade de pegar uma corzinha na praia; o tempo que faz a gente chegar atrasado nos compromissos e na vida das pessoas; o tempo que faz a gente chegar mais cedo quando o terreno não está pronto para nos receber...
Aparentemente cada coisa tem seu tempo. Mas qual é a lógica desse "contra-tempo" já que o nosso tempo nunca está à fovor de nós mesmos? Ahhh se a gente pudesse voltar atrás e desfazer erros. Se a gente pudesse usar o tempo ao nosso favor. Ahhh se o tempo passado fosse lição, bagagem e não prisão. Se o tempo futuro não fosse angustiante, incerto, fosse solução. Como eu queria controlar o tempo. Como eu queria controlar o MEU TEMPO!

Previsão do tempo para os próximos dias: Dias ensolarados e felizes! =)

Minha casa, meu canto

Minha casa! Tão bom dizer "a minha casa". O pronome possessivo carrega o orgulho da conquista, que nesse caso não foi minha, e sim, dos meus pais. Mas como eu sou um pouco deles e, a esta altura, eles já são um pouco de mim, também me sinto orgulhosa. Já dizia a minha falecida vó: "boa romaria faz, quem em sua casa fica em paz". Na época, não soava tão bem como agora. O ditado sempre surgia na hora em que eu queria passar o fim de semana na praia com os amigos, ou na casa de uma das 'Gustosas' pra fofocarmos à noite inteira. Enfim, minha vó era uma sábia. Na minha casa, o vento faz as portas baterem o tempo inteiro. É o ônus de morar no TRIGÉSIMO andar. O bônus é a vista belíssima do Bairro de Boa Viagem, o azul do mar que ofusca meus olhos sempre que eu acordo. A tinta novinha das paredes, o sofá espremido nos momentos de discursão em família. A poltrona do telefone. Ainda bem que ela não fala, só ouve. A namoradeira, que nunca realmente foi usada para namorar. Muito desonfortável sentar em 50 cm de largura. Os brinquedos da minha sobrinha espalhados no quarto de TV. Eles deixam a casa mais colorida (e bagunçada). Um aco-íres de cores. A TV adquirida em não-sei-quantas-prestações. Os porta-retratos espalhados pela sala, que congelam momentos importantes e pessoas especiais. A varanda. A rede, melhor ludar da casa. A cozinha, lugar preferido das amigas. Sempre tem sobremesas gostosas na minha casa. E sempre tem muita gente para comê-las. O corredor, espécie de túnel de acesso aos lugares de mais intimidade. Meu quarto. Pela primeira vez na vida eu tenho o meu quarto. Sou a filha do meio de uma família com três mulheres. Não preciso nem dizer, que a do meio é sempre a que sofre mais, a menos paparicada. Passei 24 anos da minha vida dormindo de luz acesa e televisão ligada. Não porque eu queria. Adoro o escuro, o silêncio. Mas porque eu era voto vencido. Minha cama, meus sonhos, meus segredos, meus momentos de chorar escondida, de ficar quieta, de rir sozinha. Tudo tem seu exato lugar, exatamente como deve ser. Ainda bem que minha mãe puxou muito da minha vó. Ela faz questão de me lembrar que não há lugar melhor no mundo do que o meu lar.