sexta-feira, 30 de maio de 2008

Trabalho é trabalho

Hoje me deu vontade de falar do meu trabalho. Não do trabalho que eu escolhi para mim, porque se fosse pra escolher um trabalho eu ia procurar um que não me desse tanto trabalho; mas do que me escolheu. Não "escolhi" trabalhar na Caixa Econômica, apesar de ser imensamente grata a esta empresa. Simplesmente aconteceu. Pai, mãe, irmãs e tios bancários. Muito mais fácil passar no concurso da Caixa Econômica do que no da Receita Federal. Super Receita exigiria muito mais de mim: isolamento total, anos de dedicação aos estudos e ver a vida passar como mera expectadora, por tempo indeterminado e irrecuperável. Não dá para perder tanta coisa assim. Melhor aproveitar a oportunidade que bate na porta. Fazer com empenho e dedicação. Mesmo que não seja o trabalho dos sonhos. A satisfação vem dos prazeres que ele proporciona. O próprio nome diz: trabalho é trabalho. É claro que algumas pessoas amam o que fazem, e eu admiro aqueles que conseguem sentir isso. Mas para mim, meu trabalho é...simplesmente...meu trabalho. Meus colegas da Caixa, como costumamos chamar, são meus amigos, e responsáveis pelos momentos alegres do meu dia-a-dia. Sempre meu pai me pergunta: -"Como foi hoje no trabalho?", e eu quase sempre respondo: -"um saco". Mas não tem coisa melhor do que chegar em casa e esquecer que o trabalho existe. Curtir o fim de semana sem lembrar do Sistema Financeiro e dos contratos de habitação. Tirar férias e passar 30 dias mochilando pela Europa. Apaixonar por aquela roupa carézinha e comprar porque vai trazer uma satisfação enoooorme. Resolver que quer passar o fim de semana no Rio de Janeiro e se debandar para lá. Almoçar, jantar fora todos os dias, se assim o desejar. Saber que é pra sempre e que o "pra sempre" termina na aposentadoria, quando eu vou morar na praia e viver na rede. É quando eu percebo que tenho muito mais "saco" para o meu trabalho chato do que eu imaginava! =)

quarta-feira, 28 de maio de 2008

O Rio de Janeiro continua lindo...

Aquela letra de Gilberto Gil continua valendo: o Rio de Janeiro continua lindo!!! É bom respirar o ar carioca. É bom sentir a brisa da praia de Ipanema, o glamour do por do sol do Arpoador, a malandragem da night da Lapa, a beleza das figuras do Leblon, a oportunidade das ofertas dos shoppings, a segurança de andar pelas ruas, seja lá que horas forem, seja por ser turista e desconhecer o perigo, seja por se sentir segura pela energia/pessoas do lugar. A paz de sentar na beira da praia e ouvir boa músia, comer bem, e ter a vista do mar, em sintonia com os morros. O verde das Larajeiras. Assim é o Rio! O fato é que eu nasci para ser "Rio de Janeiro", e estar lá é como se eu estivesse me dando nova chance: chance para renascer. As coisas velhas ficam para trás. Eis que tudo se faz novo! É assim que eu me sinto depois de uma viagem como essa. Sinto que parte de mim fica lá, e parte de mim volta pra cá. A parte que volta pra cá deseja voltar para lá, levando família, trabalho, amor. Hoje tenho uma certa dificuldade para dimensionar a importância de cada um desses fatores na minha vida. Aí paro e penso: vivo sem minha família, porque tenho a segurança de que independente da distância, o amor que existe entre a gente NUNCA vai mudar. Vivo sem meu trabalho, porque sei que onde quer que eu esteja, posso desenvolver atividades novas e desenvolvê-las com o mesmo empenho da atividade atual; Não consigo viver sem "o amor". Com ele, para ele, por ele, iria para onde fosse, mesmo que não fosse, necessariamente, o Rio de Janeiro.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Virando a casaca

Meu time do coração sempre foi o Botafogo. Pelo menos era o time que meu pai costumava me fantasiar quando eu era pequena. Ele nos levava aos jogos. Andava todo orgulhoso com suas três garotas de baixo do braço. Não estava nem aí para as piadas dos engraçadinhos do time adversário. Eu sempre pensava: como painho é um cara tranquilo! Se fosse outro, partiria para briga. Nessa fase da vida, nós, mulheres, normalmente torcemos pelo time do nosso pai. Meu pai é, e sempre será, referencial para mim. Mas quando a gente é criança, ele é muito mais do que isso. É o nosso herói. Suas verdades são inquestionáveis. Suas escolhas são as melhores. O hino do Botafogo estava sempre na ponta da lingua.
Quem me procurava há uns 2 anos atrás, tinha grande chance de me achar nos jogos do Náutico, fantasiada com a camisa que o namorado da época deu, gritando, vibrando, torcendo, chorando. Como pode? Pra onde foi a paixão pelo Botafogo? Na verdade, o Botafogo continua sendo o MEU TIME, mas a gente começa a simpatizar com outros times quando percebemos que nosso companheiro (a) fica mais feliz quando o time dele (a) vence. Comigo é assim. Talvez porque não sou nenhuma apaixonada por futebol. Acho que sou mais apaixonada pelas pessoas.
Ontem teve jogo do Sport contra o Vasco. Fui assistir num barzinho com as amigas. Podem acreditar. A paixão pelo Náutico foi embora junto com a paixão pelo ex-namorado. Lá estava eu, torcendo pelo Sport, com os olhinhos atentos a cada lance de perigo, sem me desligar, é claro, da caipiroska de morango deliciosa sobre a mesa e da conversa boa com as meninas. Não cheguei a vestir (literalmente) a camisa do Sport. Mas me apaixonei por ele.

sábado, 17 de maio de 2008

Geografite na mesa do bar

Ouvi falar em "Geografite" no primeiro período da faculdade de Jornalismo. Ainda me lembro. Professora Tereza, de Teoria da Comunicação. Pra quem nunca ouviu falar nesta palavra, geografite é o engano de nos impressionarmos mais pelos mapas (sentimentos, imaginação, palpites, hipóteses, preconceitos, inferências, etc) que pelos territórios (objetos, pessoas, coisas, acontecimentos, etc. Um dia desses passei por uma crise de Geografite. Uma crise grupal. Sabe aquela conversa de mesa de bar, imaginando e planejando a próxima viagem com as amigas, sentindo aquilo que ainda há (haveria) de ser sentido? Pois bem...entramos no mundo imaginário. Traçamos metas, fazemos programações, marcamos data, mas no fundo, não só eu, mas todos da mesa do bar, sabem que aquilo não passaria de nossa imaginação. Mas mesmo assim, o sentimento é bom. É como os preparativos para brincar de boneca. Lembro bem que passava horas organizando a casa, determinando quem faria o papel de quem; e depois de tudo pronto, já não tinha mais graça a brincadeira. A graça era essa: organizar. Ontem eu queria estar na Argentina. Hoje, na Austrália. Lua de mel: no Taiti, é claro! Sentimento de ser uma peão do jogo "War"; querer conquistar todos os territórios, mesmo sem sair da mesa do bar.

domingo, 11 de maio de 2008

A culpa é toda do tempo

Achei o culpado para tudo de ruim que acontece na minha vida. Não que sejam muitas coisas. Mas tem dia que eu penso mais nas coisas ruins do que nas boas. Hoje estou num dia negativo, daqueles que a gente pensa: o que foi que eu fiz para merecer isso? Enfim...a culpa não é minha, e muito menos sua, e, se tem que haver um culpado, que seja o tempo. O tempo que demora a passar quando a gente gostaria que ele voasse; o tempo que voa quando a gente gostaria que ele durasse uma eternidade; o tempo que resolveu não abrir hoje e frustar minha vontade de pegar uma corzinha na praia; o tempo que faz a gente chegar atrasado nos compromissos e na vida das pessoas; o tempo que faz a gente chegar mais cedo quando o terreno não está pronto para nos receber...
Aparentemente cada coisa tem seu tempo. Mas qual é a lógica desse "contra-tempo" já que o nosso tempo nunca está à fovor de nós mesmos? Ahhh se a gente pudesse voltar atrás e desfazer erros. Se a gente pudesse usar o tempo ao nosso favor. Ahhh se o tempo passado fosse lição, bagagem e não prisão. Se o tempo futuro não fosse angustiante, incerto, fosse solução. Como eu queria controlar o tempo. Como eu queria controlar o MEU TEMPO!

Previsão do tempo para os próximos dias: Dias ensolarados e felizes! =)

Minha casa, meu canto

Minha casa! Tão bom dizer "a minha casa". O pronome possessivo carrega o orgulho da conquista, que nesse caso não foi minha, e sim, dos meus pais. Mas como eu sou um pouco deles e, a esta altura, eles já são um pouco de mim, também me sinto orgulhosa. Já dizia a minha falecida vó: "boa romaria faz, quem em sua casa fica em paz". Na época, não soava tão bem como agora. O ditado sempre surgia na hora em que eu queria passar o fim de semana na praia com os amigos, ou na casa de uma das 'Gustosas' pra fofocarmos à noite inteira. Enfim, minha vó era uma sábia. Na minha casa, o vento faz as portas baterem o tempo inteiro. É o ônus de morar no TRIGÉSIMO andar. O bônus é a vista belíssima do Bairro de Boa Viagem, o azul do mar que ofusca meus olhos sempre que eu acordo. A tinta novinha das paredes, o sofá espremido nos momentos de discursão em família. A poltrona do telefone. Ainda bem que ela não fala, só ouve. A namoradeira, que nunca realmente foi usada para namorar. Muito desonfortável sentar em 50 cm de largura. Os brinquedos da minha sobrinha espalhados no quarto de TV. Eles deixam a casa mais colorida (e bagunçada). Um aco-íres de cores. A TV adquirida em não-sei-quantas-prestações. Os porta-retratos espalhados pela sala, que congelam momentos importantes e pessoas especiais. A varanda. A rede, melhor ludar da casa. A cozinha, lugar preferido das amigas. Sempre tem sobremesas gostosas na minha casa. E sempre tem muita gente para comê-las. O corredor, espécie de túnel de acesso aos lugares de mais intimidade. Meu quarto. Pela primeira vez na vida eu tenho o meu quarto. Sou a filha do meio de uma família com três mulheres. Não preciso nem dizer, que a do meio é sempre a que sofre mais, a menos paparicada. Passei 24 anos da minha vida dormindo de luz acesa e televisão ligada. Não porque eu queria. Adoro o escuro, o silêncio. Mas porque eu era voto vencido. Minha cama, meus sonhos, meus segredos, meus momentos de chorar escondida, de ficar quieta, de rir sozinha. Tudo tem seu exato lugar, exatamente como deve ser. Ainda bem que minha mãe puxou muito da minha vó. Ela faz questão de me lembrar que não há lugar melhor no mundo do que o meu lar.