terça-feira, 26 de julho de 2011

APOSTAS

No jogo da vida, cada escolha é uma aposta. E é por isso que eu ando pra cima e pra baixo com um saquinho cheio de fichas. Às vezes acertamos. Na maioria, erramos. O importante é que o saquinho esteja sempre cheio. Porque essas fichas são de graça. Representam a esperança, a vontade, o desejo de acertar, a sede de mudanças, a necessidade de crescer. E, naquele momento em que a roleta gira, enquanto aguardamos se vai dar preto ou vermelho, dá aquele nervoso, porque a gente nunca sabe se a escolha está certa. A gente nunca sabe se a sorte, naquele dia, está a nosso favor ou contra. É pura intuição. Enquanto a roleta gira, nossa cabeça está a mil por hora. Filmes de drama, romances, família, trabalho, estresses do dia-a-dia. Histórias que poderiam ter sido diferentes, outras que não poderiam. E enquanto a roleta gira, o coração acelera, as pernas tremem – pronto [apostas encerradas!] – deu preto. Nem era o que eu queria.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Cansei de ser assim

Eu tô cansada de mim. Cansada de ser sempre a boazinha, a que compreende tudo, aceita tudo, releva tudo, que faz tudo pensando nos outros, que sempre flexibiliza, adápta, estica, puxa pra lá, puxa pra cá. Pronto. Cansei. 'Cabou-se' a tolerância. E sem um pingo de remorso, diga-se de passagem. Quem me conhece sabe do que eu estou falando. Nunca consegui guardar raiva de ninguém por piores que algumas criatuaras tenham sido comigo. E já foram, viu? Sempre compreendi os erros dos outros. Sempre procurei entender o outro lado como forma de justificar o que meu coração burro acredita [acreditava]: no fundo, todo mundo é bom. Um certo dia a gente acorda de saco cheio e resolve pensar mais na gente. Esse tem sido o meu exercício do dia, do mês, do ano, da vida. Minha prioridade agora é só uma: euzinha. Podem me chamar de egoísta, eu aceito. Acho até que me cai bem. Mas não me chamem de besta. Isso não. Porque de besta aqui, NEM a cara. Tá dito.