quinta-feira, 22 de maio de 2008

Virando a casaca

Meu time do coração sempre foi o Botafogo. Pelo menos era o time que meu pai costumava me fantasiar quando eu era pequena. Ele nos levava aos jogos. Andava todo orgulhoso com suas três garotas de baixo do braço. Não estava nem aí para as piadas dos engraçadinhos do time adversário. Eu sempre pensava: como painho é um cara tranquilo! Se fosse outro, partiria para briga. Nessa fase da vida, nós, mulheres, normalmente torcemos pelo time do nosso pai. Meu pai é, e sempre será, referencial para mim. Mas quando a gente é criança, ele é muito mais do que isso. É o nosso herói. Suas verdades são inquestionáveis. Suas escolhas são as melhores. O hino do Botafogo estava sempre na ponta da lingua.
Quem me procurava há uns 2 anos atrás, tinha grande chance de me achar nos jogos do Náutico, fantasiada com a camisa que o namorado da época deu, gritando, vibrando, torcendo, chorando. Como pode? Pra onde foi a paixão pelo Botafogo? Na verdade, o Botafogo continua sendo o MEU TIME, mas a gente começa a simpatizar com outros times quando percebemos que nosso companheiro (a) fica mais feliz quando o time dele (a) vence. Comigo é assim. Talvez porque não sou nenhuma apaixonada por futebol. Acho que sou mais apaixonada pelas pessoas.
Ontem teve jogo do Sport contra o Vasco. Fui assistir num barzinho com as amigas. Podem acreditar. A paixão pelo Náutico foi embora junto com a paixão pelo ex-namorado. Lá estava eu, torcendo pelo Sport, com os olhinhos atentos a cada lance de perigo, sem me desligar, é claro, da caipiroska de morango deliciosa sobre a mesa e da conversa boa com as meninas. Não cheguei a vestir (literalmente) a camisa do Sport. Mas me apaixonei por ele.

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