quinta-feira, 5 de junho de 2008

Consumismo desenfreado

Meu nome está no Serasa e no SPC. Não disso isso com nenhum constrangimento, mas com muita raiva. Só para situar o meu leitor, enquanto fui estagiária da Coca-Cola, em 2006, tinha uma conta-salário para recebimento da bolsa estágio, no Bradesco. Após a recisão do estágio, não me recordo se passei ou não naquela Instituição. Talvez a minha ingenuidade de estudante fez-me crer que com a recisão do contrato, a conta seria fechada. O fato é que transformaram a minha conta-salário em conta corrente; empurraram um limite de cheque especial de R$500,00, mandaram um cartão de crédito para a minha residência, que eu fiz questão de nunca desbloquer, e agora estão me cobrando tarifas mensais de 36 meses, um valor aproximado de R$680,00. Pano para as mangas para entrar nas Pequenas Causas. Hoje em dia entra-se por qualquer coisa nas Pequenas Causas. Todos querem tirar proveito dos direitos que nos assistem: normalmente o direito do consumidor e o direito do trabalho. Estes estão sempre à nosso favor. As pessoas perderam a noção da diferença entre um "mero aborrecimento", e um constrangimento, uma lesão psicológica, a perda de uma negócio. Aí sim! É encher a boca de argumentos e faturar algum $$$$$ em cima dessas empresas que não estão nem aí para o consumidor. Eu tomei ciencia da ocorrência registrada em meu CPF em consulta na Caixa Econômica para aquisição de um consórcio imobiliário. CRÉDITO NEGADO. O sonho da casa própria foi por água abaixo, até a resolução desse pequeno empasse, que deve me render alguns tostões e muita dor de cabeça. Enquanto eu penso no que vou fazer com a GRANA que eu vou ganhar, eu gasto a grana que recebi no dia 20 do mês passado, meu salário. Quanto mais eu ganho, mais eu gasto. Acho que é assim com todo mundo. Desde que eu tive uma promoção no trabalho, em janeiro deste ano, comecei a fazer massagem duas vezes por semana, paguei 6 meses de academia e frequentei 2 dias, comprei carro, e muitas, muitas roupas. Isso sim, eu falo com constrangimento. Hoje minhas irmãs me chamaram para ir ao shopping. Fui pra fazer companhia e aproveitar para passar na Caixa Econômica e transferir um dinheiro da minha conta-corrente para a poupança. Primeiro saquei R$30,00, para não andar lisa. Minha carteira só tinha o suficiente para pagar o estacionamento do shopping. Na hora de transferir, o número da minha poupança não bateu. Acho que tem uma força sobrenatural que me impede de poupar. Insatisfeita, saí do banco e me encantei com um biquine lindo, de baleinhas, pra usar em Fernando de Noronha quando eu for lá nas minhas férias. Comprei! Andando mais um pouco, vi aquela sandalhinha vermelha com uma rosinha em cima, a coisa mais meiga. Comprei. Mais na frente, aquele jeans básico, daqueles que todo mundo precisa pra bater no dia-a-dia. Vestiu feito uma luva. Comprei! Vergonha na cara? Está em falta no shopping. Talvez se tivesse, eu compraria também.

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